MP apura aumento de preço que faz gasolina custar até R$ 4,99 na Bahia, e SP

Valores teriam variado no último final de semana; mínimo foi de R$ 4,10. Promotoria abriu procedimento e investiga reajuste em Teixeira de Freitas.
17h45
Do G1 BA
Posto de combustíveis em Teixeira de Freitas tem gasolina a R$ 4,99 (Foto: Viviane Moreira / Site O Povo News)Posto de combustíveis em Teixeira de Freitas tem gasolina a R$ 4,99 (Foto: Viviane Moreira / Site O Povo News)
O reajuste no preço da gasolina na cidade de Teixeira de Freitas, no sul da Bahia, é alvo de investigação do Ministério Público do Estado (MP-BA), que classificou o aumento como "excessivo". De acordo com o órgão, em alguns locais, o combustível chega a custar R$ 4,99.
A investigação do MP é feita por meio do promotor João Batista Madeiro Neto, da 6ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor em Teixeira de Freitas, que instaurou procedimento para apurar o reajuste.
O promotor justifica que, no último final de semana, de sexta-feira (6) a domingo (8), diversos postos de combustíveis da cidade aumentaram excessivamente os preços, de acordo com denúncias publicadas em sites. Segundo o documento, as notícias afirmam que o preço da gasolina estava sendo fixado entre R$ 4,10 e R$ 4,99, supostamente cometendo infrações.
Na justificativa, João Batista Madeiro Neto lembra que, no Código de Defesa do Consumidor, é vedado ao fornecedor elevar, sem justa causa, os preços dos produtos. O promotor comunicou o fato à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e à delegacia de Polícia Civil da cidade para que fiscalizem e investiguem o abuso de preço. A apuração do MP tem prazo de 90 dias para ser concluída.




Preço dos combustíveis dispara e povão tenta deixar o carro em casa

11/11/2015 às 06:27:52 | Atualizado 11/11/2015 às 06:36:08 
Magaléa Mazziotti
Felipe Rosa
Está raro encontrar motorista que peça pra completar o tanque nos postos de combustíveis de Curitiba. A disparada nos preços da gasolina, etanol e diesel, que segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro apresentaram uma variação de 6,09% no país, na capital paranaense foi ainda mais cruel, registrando uma elevação de 7,16% no mês.
De longe foi o item que mais impactou na inflação de outubro (0,82% no Brasil e 0,64% em Curitiba). No ano, os preços dos combustíveis reservam 16,80% de alta pros motoristas que abastecem em Curitiba, enquanto o índice nacional acumula 14,86% de elevação.
O garçom Walquer de Lima Bonfim, que mora em Colombo e trabalha em Curitiba, já desistiu de usar o carro no dia a dia. “Virou artigo de luxo, só tiro da garagem pra levar meu pai no médico. Pro trabalho, voltei a pegar ônibus e bicicleta”, admite. A decisão ajuda o garçom a frear as despesas. “Peço pra colocar entre R$ 20 e R$ 30 de gasolina e vou contando com a sorte pra que o combustível dure”, explica.
O carpinteiro João Carlos da Silva diz que insiste em usar o carro por conta da agilidade que não consegue com o transporte coletivo, mas percebe que a opção passou a pesar mais no orçamento. “Há dois meses, os R$ 50 que costumo usar em cada parada no posto enchiam uns 20 litros. Hoje, consigo pouco mais de 14 litros de gasolina”, compara.
Felipe Rosa
Etanol subiu mais que gasolina
Quem tem carro flex nota que falta opção no quesito economia, já que o etanol conseguiu subir ainda mais que a gasolina. “Uso etanol enquanto compensar na proporção de 0,70, mas o gasto aumentou em todos os combustíveis”, constata o taxista Aroldo Carvalho. Como o carro é instrumento de trabalho, ele criou o hábito de abastecer diariamente pra uma jornada de 12 horas de serviço. “Há um ano, eu precisava de menos de R$ 30 pro dia de trabalho, em agosto, eu gastava R$ 50 e, agora, vão R$ 70 por dia”, descreve.
Experiente na flutuação dos preços na capital, ele recomenda aos motoristas sempre deixarem para abastecer no início da semana. “Faz diferença, pois o preço na bomba na sexta-feira costuma ser mais alto que na segunda. E o fim de semana fica ainda mais caro que na sexta”, orienta.
A microempresária Adriana Reichert, que divide a rotina entre Curitiba e Balneário Camboriú (SC), conta que segue enchendo o tanque para evitar contratempos. “Não adianta, porque a minha necessidade de deslocamento é a mesma”, avalia. No final do mês, as despesas dela com combustível passaram de R$ 500 para R$ 720. Em relação aos dois estados, ela acredita que enquanto a gasolina está bem mais cara em Curitiba, em Santa Catarina é o etanol que castiga mais.
Greve não prejudica
Apesar de desde o dia 29 de outubro, os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) terem aderido à greve nacional dos petroleiros, Curitiba ainda não corre risco de ficar sem combustível.
“Sabemos que a produção de combustível é menor observando a redução de caminhões que transitam pelo pátio da refinaria. Mas não podemos quantificar isso, pois estamos sendo barrados na empresa. Tentamos negociar pra garantir 30% de trabalhadores em função da produção de gasolina, gás de cozinha e diesel, mas estamos sem diálogo e tivemos os crachás bloqueados. Falar em falta de gasolina, hoje, pode ser apenas especulação pra elevar preços de combustíveis”, diz o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro), Mário Dal Zot.
Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), a situação atual ainda está longe de impactar o consumidor. “Estamos acompanhando a evolução da greve, e logicamente quanto mais tempo ela permanecer a preocupação aumenta. Porém, atualmente, nenhuma região do país corre risco de sofrer com a falta de gasolina por conta dessa greve”, informou o Sindicom.
Por seu lado, a Petrobras explicou em nota que através de seu plano de contingência, tem conseguido reduzir os impactos da greve sobre suas operações. “A perda diária de óleo por efeito da greve diminui 60% desde o dia 2 de novembro. O impacto atual estimado na produção de petróleo tem sido, desde o último sábado, da ordem de 115 mil barris ao dia”, respondeu a estatal. (Samuel Bittencourt)
Felipe Rosa
Lucro dos postos aumenta
Pelo acompanhamento de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), os postos pesquisados apresentaram na primeira semana de novembro um valor médio de R$ 3,397 pra gasolina comum, sendo que o valor máximo observado foi de R$ 3,599. Pro etanol, o preço médio foi de R$ 2,44, sendo o máximo registrado de R$ 2,69. Nos postos visitados ontem pela reportagem, foi possível notar que a tendência é de novas altas, já que foram encontrados postos no Centro comercializando o litro da gasolina comum a R$ 3,69 e o etanol a R$ 2,79.
“O comportamento dos preços dos combustíveis no país conseguiu ser ainda pior em Curitiba e demonstra que a crise não é pra todos os setores. Há quem esteja aproveitando o momento pra aumentar a margem”, sugere o supervisor geral do Departamento Intersindical de Economia e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva. O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR) não comenta preços praticados pelos postos

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