Longe das praias, naturistas ‘invadem’ o interior

O litoral está, no mínimo, a 400 quilômetros de distância. Mas isto não impede que a onda naturista “invada a praia” de Bauru e região.
Filosofia de vida que está livre de preconceitos, inclusive de roupas, o naturismo prega a comunhão com a natureza através da liberdade, que não deve ser confundida, com atitudes de conotação libidinosa. Até a liberdade respeita limites.
Intitulado “Naturistas do Centro Oeste Paulista”, ou simplesmente NatCop, o grupo existe há dois anos e incentiva a prática do naturismo em chácaras, através de encontros mensais, reuniões de amigos que compartilham do mesmo pensamento de respeito a uma liberdade que, segundo os praticantes, só é possível se estamos da forma como viemos ao mundo.
Enquanto uma parte da turma dá entrevista, outra toca violão na piscina, ouvida atentamente pelo pessoal da cozinha, que prepara uma lasanha para o almoço de domingo. Famílias, casais, amigos, naturistas de primeira viagem. Ambiente mais familiar, impossível.
Gente má-intencionada às vezes tenta se infiltrar, denuncia Renata Freira, presidente da Federação Nacional de Naturismo. Presente ao último encontro realizado em Bauru, a dirigente explica que o movimento tem regras muito bem definidas, sendo que novos integrantes passam por um rigoroso processo de seleção antes de frequentar os encontros.
E, mesmo quando driblam as exigências de inscrição, pessoas com outro tipo de intenção são logo desmascaradas e as consequências, nada receptivas. “Tiramos um daqui na porrada mesmo, foi expulso da pior maneira”, conta um dos participantes do encontro naturista em Bauru.
Casais em perfeita harmonia, gente de todas as idades e profissões. Um encontro naturista tem conotação mais família, mais inocente que muito churrasco de gente “vestida”.
Estar à vontade sem roupas é algo natural e significa, mais do que tudo, respeito a si próprio, ensina Alessandro Teixeira da Silva, morador de Parapuã e participante do último encontro realizado em Bauru, que contou com festa de aniversário e também solidariedade, já que o grupo recolhe anéis de latas para encaminhar à doação e respectiva troca por cadeiras de rodas.

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