Lula: "Urna não é lugar para depositar ódio"


Ex-presidente afirmou, enquanto rodava em uma caminhonete por São Bernardo do Campo (SP), que seu partido foi criminalizado

 Resultado de imagem para lula hoje Resultado de imagem para lula hoje
Em cima de uma caminhonete que percorreu o centro comercial de São Bernardo do Campo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sábado (1º/10), que "urna não é lugar de depositar ódio" e pediu aos eleitores que "deixem o preconceito dentro de casa" na eleição deste domingo (2/10). Com microfone em punho, ao lado do prefeito Luiz Marinho e do candidato do PT, Tarcísio Secoli - ameaçado de não chegar ao segundo turno -, Lula afirmou que seu partido foi "criminalizado", criticou o governo de Michel Temer e pediu que os petistas não aceitem provocações.

"Amanhã, na hora de votar, é importante vocês saberem que urna não é lugar para depositar ódio e preconceito. Urna é lugar para depositar esperança e sonhos", disse o ex-presidente.

A exemplo do que ocorre em São Paulo com Fernando Haddad, o PT enfrenta situação muito difícil em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. No berço político do partido, pesquisas de intenção de voto indicam que o candidato petista está em terceiro lugar.

"Que os que nutrem ódio (pelo PT) deixem o preconceito dentro de casa e votem pensando no seu filho, no seu neto. Não é votar no passado. É votar pensando no futuro", insistiu Lula, com voz rouca. Foi a primeira vez que o ex-presidente, morador de São Bernardo, entrou na campanha de Tarcísio Secoli.



AFP / YASUYOSHI CHIBA


Lula percorreu um trajeto de pouco mais de dois quilômetros de caminhada, a maior parte do tempo em cima da caminhonete. Vestido com camisa vermelha, exibindo a estrela do PT, ele saiu do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que presidiu no fim dos anos 70 e começo dos 80, e foi até a Igreja Matriz, famosa por abrigar assembleias de grevistas.

Quando o cortejo estava chegando perto da igreja, Lula desceu do carro e foi a pé. Estava acompanhado da mulher, Marisa Letícia. Na rua Marechal Deodoro, repleta de lojas, alguns acenavam e outros apontavam o polegar para baixo, em sinal de reprovação. Muitas bandeiras tinham um tom alaranjado e, na propaganda, a sigla PT estava escondida.

Críticas a Temer
Mesmo sem citar o nome de Temer, Lula não poupou ataques ao presidente, empossado definitivamente no cargo após o impeachment de Dilma Rousseff. "Não é possível melhorar o Brasil aumentando o tempo de aposentadoria de mulher para 65 anos", afirmou ele, numa referência à proposta de reforma da Previdência. "Talvez a mulher deles não tenha três jornadas de trabalho por dia, mas a mulher trabalhadora tem."

Alvejado pela Operação Lava Jato, o ex-presidente voltou a criticar a imprensa e a chamar o governo Temer de "golpista". "Quem governa hoje o Brasil não conhece o Brasil e não sabe governar adequadamente", disse, ao protestar contra a proposta de emenda constitucional (PEC) 241, que estabelece um limite para crescimento dos gastos públicos e congela despesas com saúde e educação.

Antes de ir embora, Lula tirou "selfies" com militantes e afirmou que a população de São Bernardo tinha a "obrigação moral e ética" de votar no candidato apoiado por Luiz Marinho, que está há oito anos à frente da prefeitura de São Bernardo.

Instado a parar para falar na histórica Praça da Matriz, o ex-presidente recusou o "convite". "Gente, não pode fazer comício", repetiu mais de uma vez, ao lembrar da restrição imposta pela Lei Eleitoral. "Só quero dizer que é importante que vocês não deem trégua nas últimas horas. Mas é importante também que vocês não aceitem provocação. Se (os outros) quiserem brigar, que encontrem qualquer vira-lata na rua e briguem, mas com petistas não vão brigar".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

eu