Comércio de Bauru vai reabrir a partir do dia 22, com decreto ou sem decreto do governo.

Comércio de Bauru vai reabrir a partir do dia 22, com decreto ou sem decreto do governo. "Ninguém aguenta mais", diz dirigente


"Ninguém aguenta mais". O desabafo é do presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Bauru e Região, Walace Garroux Sampaio, em relação à quarentena imposta aos serviços considerados não essenciais desde o dia 20 de março, como forma de conter a Covid-19. Inclusive, a entidade e a Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib) deverão apoiar a abertura das lojas associadas a abrir a partir de 23 de abril.
A decisão será tomada caso o município resolva prorrogar o isolamento social sem flexibilização, cujo término está previsto para o próximo dia 22. Consultado, o prefeito Clodoaldo Gazzetta se diz perplexo com esta posição dos dirigentes do comércio. 
Ainda de acordo com Walace, o sindicato passou a defender a ideia devido à pressão dos próprios comerciantes. Tanto que a reportagem percorreu alguns pontos da cidade e constatou que diversos estabelecimentos abrem, mas impedem a entrada do público, atendendo nas suas respectivas portas, cenário difícil de ser flagrado durante a fase inicial da quarentena, quando quase tudo estava fechado.
O presidente do Sincomércio alega que expôs a sua posição ao prefeito, em uma videoconferência, nesta quarta (15), que também contou com a presença de outros representantes do segmento. "A retomada não dependerá da minha vontade, afinal, é um sentimento geral do comércio e ocorrerá inexoravelmente".
Conforme o JC adiantou, ontem, na coluna Entrelinhas, o município trabalha em um decreto para classificar o risco de cada tipo de estabelecimento quanto ao contágio. No final da fase crítica, a reabertura acontecerá gradualmente, seguindo um cronograma a ser definido.
RETOMADA INTEGRAL
No entanto, Walace defende a retomada integral do comércio já a partir de 23 de abril, desde que os envolvidos sigam à risca todos os cuidados sanitários, como entrada controlada de clientes, espaço mínimo entre as pessoas, uso de máscaras pelos funcionários, disponibilização de álcool em gel etc.
A posição do Sincomércio inclui bares e hotéis. "Confiamos em nossos médicos e profissionais da saúde para que mantenham a situação sob controle. Continuaremos a propor medidas práticas, razoáveis e seguras à prefeitura. Paralelamente, o sindicato lamenta pelas vítimas fatais da doença, em Bauru, e encaminha à família da última, um comerciante, as nossas condolências", acrescenta.
Presidente da Acib, Reinaldo Cafeo argumenta que já passou da hora de retomar as atividades, mas com as medidas preventivas necessárias. "As demissões têm sido atônitas e várias lojas já anunciaram o fechamento", complementa.
Segundo ele, o prefeito adiantou, nesta quarta, a criação de uma agenda de análise de cada setor produtivo para a reabertura gradual. "Porém, se o município decidir estender a quarentena, nós recorreremos ao nosso jurídico para retomar as atividades a partir do dia 23".
Assim como Walace, Reinaldo também informa que a entidade defende tal posição devido à pressão dos comerciantes. "Não teremos como segurá-los. O meio empresarial não aguentará mais 15 ou 20 dias", reforça.
'PERPLEXO'
Questionado sobre o posicionamento da Acib e do Sincomércio, o prefeito se diz perplexo. "Não foi o que eu conversei com eles na manhã de hoje (ontem) e não pretendo responder a isso", completa.
O chefe do Executivo municipal ratifica que ainda avalia a situação epidemiológica da cidade e não garante uma flexibilização gradual já para o dia 23 de abril. 
De acordo com ele, as entidades representativas do comércio integram um grupo de trabalho em conjunto com a prefeitura. "Decidimos que conversaríamos, diariamente, para estabelecer um cronograma de medidas até 22 de abril. De qualquer forma, não tenho como fugir das ações hierárquicas envolvendo os decretos federal e estadual", finaliza.

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