Prefeitura e moradores iniciaram a limpeza de casas, ruas e a contabilização dos prejuízos gerados pela chuva forte registrada na segunda (9)
Após o temporal que deixou um rastro de destruição em vários pontos de Bauru, moradores e o poder público iniciaram a limpeza de casas, ruas e a contabilização dos prejuízos gerados pelo grande volume de água que atingiu a cidade na noite da última segunda-feira (9). Segundo o prefeito Clodoaldo Gazzetta, os reparos não deverão ser encerrados antes do fim de semana.
O governo não tinha feito, até o final dessa terça-feira (10), um levantamento sobre os custos envolvidos para garantir a execução dos serviços. Entre as áreas mais atingidas, a Vila Ipiranga recebeu atenção especial da administração pública, que mobilizou diversas secretarias para atendimento multissetorial às famílias que tiveram casas invadidas pela chuva. “Acredito que concluímos praticamente 90% dos trabalhos no bairro. Restará, para um segundo momento, providenciar a pavimentação nas cerca de dez quadras que tiveram o asfalto arrancado pela enxurrada”, adianta.
A Defesa Civil calcula que 325 metros cúbicos de entulho tenham sido retirados das casas e das ruas danificadas do bairro, ao longo do dia. Também foram recolhidos os destroços de parte do muro da Escola Estadual Professor Antônio Serralvo Sobrinho, que desabou.
Além de destruir parte do asfalto do bairro, a força das águas gerou uma grande erosão, que atingiu parte da barragem do córrego Água do Sobrado. Ela precisará receber reparos para que possa ter sua função normalizada. “Houve uma ruptura da contenção e teremos de fazer uma ação emergencial no local, mas ainda não é possível dizer quando, porque a prioridade é garantir a recuperação destas casas atingidas”, pontua o secretário de Obras, Ricardo Olivatto, salientando que as ações seriam retomadas hoje no bairro.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Sidnei Rodrigues, cerca de 30 casas foram alagadas na Vila Ipiranga e outras 20 na favela São Manoel (leia mais na página ao lado). Nesta última, contudo, ele avalia que a gravidade dos danos foi menor. “Na Vila Ipiranga, que foi priorizada, profissionais da área técnica de engenharia avaliaram os riscos nas casas que receberam maior volume de água”, frisa.
Na região da Praça Paradesportiva, na Vila Seabra, onde casas foram invadidas pela água, equipes também auxiliaram moradores na limpeza. Em nenhum dos bairros visitados, contudo, foi detectado o comprometimento nas estruturas dos imóveis.
NAÇÕES
Na Nações Unidas, a artéria viária que recebe maior volume de água em temporais, a maior concentração de danos foi registrada entre a avenida Rodrigues Alves e a rua Marcondes Salgado. Até o final da tarde, cerca de 80% dos buracos já haviam sido recuperados pela Secretaria de Obras.
Ao longo do dia, equipes do DAE trabalhavam para recuperar uma tubulação de esgoto que rompeu e deixou o trânsito no cruzamento da Nações com a Rodrigues ainda mais complicado. A autarquia informou, contudo, que o serviço seria retomado hoje.
Outras regiões, como parte dos Altos, Jardim Europa, Jardim Ferraz, Parque São Geraldo e Vila Santista também registraram ocorrências, mas de forma pontual.
O governo não tinha feito, até o final dessa terça-feira (10), um levantamento sobre os custos envolvidos para garantir a execução dos serviços. Entre as áreas mais atingidas, a Vila Ipiranga recebeu atenção especial da administração pública, que mobilizou diversas secretarias para atendimento multissetorial às famílias que tiveram casas invadidas pela chuva. “Acredito que concluímos praticamente 90% dos trabalhos no bairro. Restará, para um segundo momento, providenciar a pavimentação nas cerca de dez quadras que tiveram o asfalto arrancado pela enxurrada”, adianta.
A Defesa Civil calcula que 325 metros cúbicos de entulho tenham sido retirados das casas e das ruas danificadas do bairro, ao longo do dia. Também foram recolhidos os destroços de parte do muro da Escola Estadual Professor Antônio Serralvo Sobrinho, que desabou.
Além de destruir parte do asfalto do bairro, a força das águas gerou uma grande erosão, que atingiu parte da barragem do córrego Água do Sobrado. Ela precisará receber reparos para que possa ter sua função normalizada. “Houve uma ruptura da contenção e teremos de fazer uma ação emergencial no local, mas ainda não é possível dizer quando, porque a prioridade é garantir a recuperação destas casas atingidas”, pontua o secretário de Obras, Ricardo Olivatto, salientando que as ações seriam retomadas hoje no bairro.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Sidnei Rodrigues, cerca de 30 casas foram alagadas na Vila Ipiranga e outras 20 na favela São Manoel (leia mais na página ao lado). Nesta última, contudo, ele avalia que a gravidade dos danos foi menor. “Na Vila Ipiranga, que foi priorizada, profissionais da área técnica de engenharia avaliaram os riscos nas casas que receberam maior volume de água”, frisa.
Na região da Praça Paradesportiva, na Vila Seabra, onde casas foram invadidas pela água, equipes também auxiliaram moradores na limpeza. Em nenhum dos bairros visitados, contudo, foi detectado o comprometimento nas estruturas dos imóveis.
NAÇÕES
Na Nações Unidas, a artéria viária que recebe maior volume de água em temporais, a maior concentração de danos foi registrada entre a avenida Rodrigues Alves e a rua Marcondes Salgado. Até o final da tarde, cerca de 80% dos buracos já haviam sido recuperados pela Secretaria de Obras.
Ao longo do dia, equipes do DAE trabalhavam para recuperar uma tubulação de esgoto que rompeu e deixou o trânsito no cruzamento da Nações com a Rodrigues ainda mais complicado. A autarquia informou, contudo, que o serviço seria retomado hoje.
Outras regiões, como parte dos Altos, Jardim Europa, Jardim Ferraz, Parque São Geraldo e Vila Santista também registraram ocorrências, mas de forma pontual.
Prefeito quer Brigada Civil e mais barragens
Prefeito e agentes da Saúde em visita à casa de Francieli Izidoro |
E será que o novo governo enxerga soluções para este problema crônico? O prefeito Clodoaldo Gazzetta adiantou que, até o final deste ano, pretende implantar o que chamou de Brigada Civil, projeto que visa agilizar o atendimento à população em situações críticas como a de segunda-feira (9). A partir dele, a intenção é garantir uma estrutura melhor à Defesa Civil, com maior integração de suas ações às das secretarias municipais de governo.
“Será uma equipe formada por servidores de vários setores, coordenados pela Defesa Civil, que receberá mais equipamentos e treinamento e que, portanto, será mais eficiente, com capacidade de dar respostas mais imediatas. É algo que Bauru não teve até hoje”, promete Gazzetta.
O chefe do Executivo também ressaltou que uma das suas prioridades é conseguir construir novas barragens de contenção de águas pluviais na cidade. Projetos desta natureza já estão previstos no Plano de Macrodrenagem, estruturado pela gestão anterior.
“Bauru já conta com duas barragens e precisa de mais quatro, que contribuem para minimizar problemas. Vamos determinar quais são prioritárias no curto, médio e longo prazos e vamos em busca de recursos para viabilização das obras junto aos governos Estadual e Federal”, afirma.
Mais prejuízos
Seis unidades da rede municipal de saúde foram invadidas pela água da chuva na noite da última segunda-feira (9), mas nenhuma deixou de funcionar, nessa terça-feira (10), segundo a assessoria de imprensa da prefeitura. Na UPA da Vila Ipiranga, onde boa parte do asfalto foi arrancada pela enxurrada, a previsão é de que os serviços para recuperar a via comecem até o fim desta semana, de acordo com a Secretaria de Obras.
Já no Calçadão da Batista de Carvalho, alguma lojas alagadas durante o temporal permaneceram fechadas, nessa terça-feira (10), para limpeza. No cruzamento da rua Joaquim da Silva Martha com a avenida Nações Unidas, um poste cedeu e, devido à queda da fiação, o trânsito ficou bloqueado durante boa parte do dia, até que o conserto fosse providenciado.
Conforme o JC divulgou, a chuva também causou danos nas pontes da avenida Daniel Pacífico, que faz a ligação entre a região da Vila Falcão e o Jardim Bela Vista, e da rua São Sebastião, que liga a região da Falcão com a Vila Nova Esperança. Ainda de acordo com a Secretaria de Obras, o reparo nos trechos está entre as prioridades da administração, mas só poderá ser iniciado quando houver disponibilidade de mão de obra.
Dez bairros tiveram abastecimento de água prejudicado
Devido à queda de energia, as fortes chuvas também provocaram a interrupção no trabalho de bombas de poços em diversos bairros da cidade. O caso mais grave foi a queima da bomba do poço profundo do Residencial Samambaia, localizada na quadra 1 da rua Luiz Tentor. Com isso, os bairros Jardim Colonial, Jardim Nicéia, Jardim Santos Dumont, Chácaras Odete, Vila Aviação, Jardim Europa e os residenciais Samambaia, Paineiras, Villaggios 1 e 2 poderão ter o abastecimento de água prejudicado.
Segundo o DAE, os reparos foram iniciados às 13h de ontem, com previsão de conclusão apenas na tarde de hoje, quando o abastecimento começará a ser restabelecido gradativamente. O DAE solicita economia de água aos consumidores da região e permanece à disposição 24 horas por dia através do 0800-7710195, que recebe ligações apenas de telefone fixo, ou 3235-6140 para ligações feitas por aparelho celular.
‘Não sobrou nada para receber o Pietro’
Invadida pela lama, casa de família na Vila Ipiranga receberia recém-nascido hoje, mas tudo foi destruído; famílias precisam recomeçar ‘do zero’
Fotos mostram o quarto do pequeno Pietro, na Vila Ipiranga, depois do temporal que atingiu a cidade nesta segunda-feira (9) |
Desolado, Paulo Sérgio Fernandes mostra o estrago na residência |
Pietro mal chegou ao mundo e já sofreu com os efeitos do despreparo do município para suportar as fortes chuvas. A casa em que ele moraria com sua família, na Vila Ipiranga, foi tomada pela lama e enxurrada, que destruiu completamente seu enxoval. Este é apenas um dos casos de bauruenses que terão que recomeçar praticamente “do zero”.
“Estava tudo preparado para receber ele, mas não sobrou nada. Não sei o que vai ser quando minha filha for liberada da maternidade com ele, provavelmente amanhã (hoje)”, lamenta o carpinteiro Paulo José Fernandes, de 44 anos, pai de Paula Kimberly Fernandes, de 22 anos, que estava grávida de Pietro quando a forte chuva aconteceu. O parto seria realizado ontem.
Sem dormir, Paulo Sérgio, que mora na casa com a esposa, de 40 anos, a filha e um filho de 15 anos, passou a madrugada e o dia todo, ontem, retirando lama e providenciando a limpeza e higienização do local, com ajuda de vizinhos e de uma equipe da prefeitura. A residência fica na quadra 9 da rua Cristóvão Sanches e a lama chegou a 1 metro e meio de altura em todos os cômodos.
A casa da família Fernandes chegou a ser visitada pelo prefeito Gazzetta e sua esposa, Lázara Gazzetta, além do vice-prefeito, Toninho Gimenez, e do coordenador da Defesa Civil, Sidnei Rodrigues.
BALANÇO
Segundo balanço inicial da prefeitura, na Vila Ipiranga, seis residências tiveram perda total de móveis, eletrodomésticos e outro materiais, e 15 residências perda parcial. Nenhum dos imóveis, no entanto, teve a estrutura comprometida, segundo a Defesa Civil.
“As famílias já estão retornando para as residências após o processo de limpeza. O mesmo acontece com moradores da Comunidade São Manuel”, informa a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa.
Ao todo, nove pessoas, todas da favela São Manuel, passaram a noite da chuva no Centro Esportivo Izzat Muhammad Saadeh, no Jardim Bela Vista, conhecido como ginásio de esportes Azulão. O balanço da destruição na comunidade não foi informado pela prefeitura.
“Eles receberam alimentos e foram informados sobre os serviços que o município oferece, mas optaram seguir para parentes ou para a própria casa”, pontua Fátima Monari, diretora do Departamento de Proteção Social da Sebes.
ALUGUEL SOCIAL
Uma família do Jardim Ouro Verde, moradora da rua Giocondo Turini, também teve a casa atingida por lama e foi inserida no programa de aluguel social da Sebes.
Sobre o caso da família de Pietro, a Sebes informou que ainda ontem realizaria visita ao local para verificar as condições da residência da família Fernandes, prestar auxílio e analisar se eles devem ou não serem incluídos no programa de aluguel social.
“Há dez anos sofremos com alagamento, mas, na época, ninguém nos ajudou. Desta vez, parece que será diferente. Tomara Deus!”, finaliza Paulo Sérgio, avô do pequeno Pietro.
A família recebe doações e ajuda em sua residência, que fica no cruzamento da rua Cristóvão Sanches com a Walter Belian, na Vila São João do Ipiranga.
Fundo Social de Solidariedade arrecada itens para socorrer famílias
O Fundo Social de Solidariedade (FSS) de Bauru será reestruturado para ter mais eficácia na cidade, promete a nova gestão. E, neste momento, pede o apoio da população para socorrer as famílias atingidas pelas chuvas. A entidade, presidida pela primeira-dama Lázara Gazzetta, está recebendo gêneros alimentícios, móveis em bom estado de conservação, roupas e calçados, incluindo peças infantis, e material de limpeza, entre outros.
A ajuda deve ser encaminhada à sede da Semma, que fica na quadra 1 da avenida Alfredo Maia, na Vila Falcão, aos cuidados da servidora Fernanda Seabra. Na impossibilidade de levar as doações, os munícipes podem entrar em contato com a direção do FSS, que organizará a arrecadação. Os telefones são (14) 98136-4368 (presidente Lázara Gazzetta) e (14) 99795-1685 (vice-presidente Rosângela Aparecida de Oliveira Gimenez).
Pela quinta vez, alagados...
Casa na quadra 1 da Aviador Gomes Ribeiro, próximo ao Sesi Altos, foi invadida pela lama |
Pelo quinto ano seguido, Lucilene Sanches, 42 anos, teve a casa alagada na quadra 1 da rua Aviador Gomes Ribeiro, na Vila Ascensão, próximo ao Sesi Altos. “Ainda sigo com os móveis todos para cima”, lamenta.
A líder de loja relata que se mudou para o imóvel em novembro de 2012 e, apenas dois meses depois, em janeiro de 2013, sentiu pela primeira vez os transtornos vividos por vários bauruenses a cada temporal.
“Nos anos seguintes, sempre em janeiro, a mesma coisa. Já entrei na Justiça por causa do problema, mas a prefeitura não toma providências. Não tenho dignidade para morar.”.
Devido ao alagamento, ela, os quatro filhos e o neto de 8 meses tiveram que “abandonar” o imóvel. “Meu neto ficou no vizinho, mas nós ficamos na rua, embaixo de chuva”. Ela diz que perdeu tudo: móveis, roupas e alimentos. Quem puder ajudar com doações, pode ligar para o telefone (14) 9 9654-3854.
‘O jeito é refazer a vida’
Assim como na casa da família Fernandes, na residência do gráfico Fernando José Mariano, de 30 anos, na quadra 5 da rua Aureliano Duarte, também na Vila Ipiranga, foi dia de limpeza e reconstrução.
A lama invadiu o local e chegou a cerca de um metro. “Vamos usar o que temos e o que ainda estiver funcionando e esperar doações. O jeito é comprar tudo de novo e refazer a vida”, comenta o morador, que mora com a esposa, de 29 anos, com o filho, de 7 anos, e com a sogra, de 54 anos.
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