BnR. Saiba quais são os nomes mais cotados para o lugar de Teori Zavascki.

Temer vai indicar o sucessor só somente depois que o relator da Lava-Jato for escolhido; ao menos 10 nomes postulam o cargo

José Cruz/Agência Brasil

A morte do ministro Teori Zavascki em um acidente aéreo na última quinta-feira, em Paraty (RJ), incendiou o cenário político e elevou a pressão de partidos e juristas para tentar influenciar na indicação do sucessor no Supremo Tribunal Federal. Embora o presidente Michel Temer tenha dito que escolherá um nome técnico, todos os cotados para o posto têm padrinhos políticos, a maioria deles envolvidos ou de partidos que estão sob investigação na Operação Lava-Jato. "Você não tem noção do clima que está na Esplanada pressionando o governo", admitiu um interlocutor do governo.


O suspense enlouqueceu a bolsa de apostas em Brasília. "Se Temer quiser fazer um mínimo de marola possível, ele vai pelo caminho mais seguro e indica alguém do Superior Tribunal de Justiça, repetindo a trajetória de Teori", avalia um especialista do Poder Judiciário. Mas esse mesmo analista não tem certeza se isso ocorrerá e afirmou que, no meio jurídico, dois nomes aparecem com boas chances: Yves Gandra Filho, do Tribunal Superior do Trabalho, e João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça. Uma terceira opção, menos provável, seria Flávia Piovesan, atual secretária de Direitos Humanos do Ministério da Justiça.

Gandra Filho tem dois aliados de peso nesse processo. O presidente do TST é ligado à direita da Igreja Católica e segue a mesma corrente religiosa do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Contemplaria, portanto, o tucanato paulista. Gandra Filho também tem o apoio do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Mendes esteve reunido com Temer e o secretário do Programa de Parceria do Investimento (PPI), Wellington Moreira Franco, no domingo. De acordo com as assessorias, o trio conversou sobre a atual conjuntura do país, sem entrar em detalhes de indicações. O jurista Yves Gandra pai disse ao Correio que é amigo do presidente Temer há uns 40 anos e que, por isso, não ligou para ele para não constrangê-lo sugerindo uma indicação. “Assim, ele poderá escolher quem quiser, sem qualquer desconforto em relação a um amigo”. Mas acrescentou: “ele tem o perfil mais adequado, sem demérito dos outros bons nomes que a imprensa tem circulado”.

 

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