BnR. “Tinha que matar mais”, diz secretário de Temer sobre chacinas no país



O secretário nacional de Juventude do governo federal, Bruno Júlio (PMDB), fez uma declaração polêmica ao comentar a sequência de mortes de detentos dentro das penitenciárias brasileiras.  “Tinha era que matar mais”, afirmou. O secretário justificou a sua posição explicando que é “meio coxinha, sou filho de policial”. Bruno é filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB).
A declaração lhe custou o emprego. No início da madrugada deste sábado (7/1), ele pediu demissão que  foi aceita pelo presidente Michel Temer (PMDB). O Palácio do Planalto considerou “infeliz” a declaração do secretário.
Reprodução/Facebook
De acordo com O Globo, o secretário depois criticou a repercussão das mortes. “Isso que me deixa triste. Olha a repercussão que esse negócio que o presídio teve, e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas. Elas, que não têm nada a ver com nada, que se explodam. Os santinhos que estavam lá dentro, que estupraram e mataram: ‘Coitadinhos, oh, meu Deus, não fizeram nada! Para, gente!’ Esse politicamente correto que está virando, o Brasil está ficando muito chato. Obviamente que tem de investigar, tem que ver”, disse.
O secretário do governo disse ainda que a sua pasta “infelizmente” pouco pode colaborar sobre as chacinas. Bruno citou o plano de implantar centros voltados para a qualificação de jovens. “Serão 50 centros como “piloto”, instalados em pontos de maior incidência de jovens mortos”, acrescentou ele.
Após a repercussão da declaração, o secretário divulgou nota sobre o assunto. “O que eu quis dizer era que, embora o presidiário também merecesse respeito e consideração, eu entendo que também temos de valorizar mais o combate à violência. Mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar à disposição da população plenamente”, afirmou.
Bruno Júlio foi nomeado por indicação da bancada mineira do PMDB Ele é presidente licenciado da Juventude Nacional do partido. Para o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, é uma “afronta” mantê-lo na secretaria após as declarações.

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