Haitianos que moram em Campinas sofrem com a distância e o noticiário.
Eles buscam no trabalho condições para ajudar a reerguer os familiares.
Haitianos que moram em Campinas (SP) estão sofrendo com a falta de notícias dos familiares que ficaram no sul do Haiti, uma das regiões mais devastadas pelo furacão Matthew, que teve ventos de 230 km/h. A comunicação é incerta e, até agora, só o que sabem é que os parentes não têm mais onde morar. A tragédia já causou, ao menos, 877 mortes.
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O comerciante Jean Sonor e o sobrinho Ghislain Alphonse são sócios de um bar na cidade.
A maior parte da família deles está no sul do Haiti, e Jean soube da catástrofe pela irmã.
"Chegou o furacão lá, quebrou todas as coisas, perdeu muitas coisas. Até a hora que ela falou [isso] pra mim, ela não sabia onde minha mãe e meu pai estavam", conta.
Por sorte, ninguém da família deles se machucou. Mas, tudo o que eles reconstruíram depois do terremoto de 2010, que também atingiu essa região do país, se perdeu.
"Quebrou a casa inteira. Só ficou um pedacinho. E eles ficaram lá no pedacinho. Mas não só eles. Tem muitas pessoas, vizinhos, que não têm mais casa e chegam lá no pedacinho e ficam com eles também", explica Jean.
A passagem do furacão deixou milhares de casas destruídas, bairros inteiros inundados. É o furacão mais forte a atingir o Caribe desde 2007. Não há abrigos e falta água e comida para a população. Estradas estão bloqueadas.
A comunicação é precária e Jean e Ghislain tentam de todo o jeito contato com a família para enviar ajuda. "Tem que trabalhar para conseguir ajudar", diz o sobrinho Ghislain.
De Porto Príncipe para Campinas
Após dias de angústia acompanhando as notícias sobre o furacão, a jornalista Geurline Bazile só ficou tranquila neste sábado, quando conseguiu finalmente falar com uma sobrinha que também mora no sul do Haiti.
Após dias de angústia acompanhando as notícias sobre o furacão, a jornalista Geurline Bazile só ficou tranquila neste sábado, quando conseguiu finalmente falar com uma sobrinha que também mora no sul do Haiti.
"Falou para mim: bom dia, tia. Estamos com vida, graças a Deus. Mas, não tem casa para morar. Eu perdi tudo, roupas, tudo o que eu tinha. Mas, estamos com vida graças a Deus", conta.
O esposo dela, o estilista Bertoni Elva, não teve a mesma sorte. Ele ainda não conseguiu nenhuma notícia dos pais. Um irmão que mora na capital, Porto Príncipe - não foi afetada pelo furacão -, se deslocou até o local onde moram os pais para tentar notícias.
"Ele foi ontem, ainda não tem notícia dele porque a comunicação não está boa lá, está ruim", conta.
O casal, que tinha emprego em Porto Príncipe, tenta refazer a vida no Brasil para a judar os familiares que ficaram no Haiti. Mas, somente Geurline conseguiu uma colocação até agora. "Não tem como reconstruir a vida que tínhamos lá. Não tem", afirma.
Nos EUA
Nos Estados Unidos, o furacão atingiu Flórida, Geórgia e Carolina do Sul. Neste sábado, o furacão foi reclassificado para categoria 1, em uma escala que vai até 5. A velocidade dos ventos caiu para menos de 135 km/h
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Nos Estados Unidos, o furacão atingiu Flórida, Geórgia e Carolina do Sul. Neste sábado, o furacão foi reclassificado para categoria 1, em uma escala que vai até 5. A velocidade dos ventos caiu para menos de 135 km/h
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