Relator da Lava-Jato no STF divide em quatro partes a investigação principal. Uma delas vai apurar a participação de petistas no petrolão. Outra, a de Renan e do PMDB no Senado
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, deferiu pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizou o fatiamento do maior inquérito da Operação Lava-Jato que tramita na STF. Agora, serão quatro investigações separadas, uma destinada ao envolvimento de políticos do PP, outra relativa ao PT, uma terceira sobre o PMDB no Senado e a última sobre o PMDB na Câmara em uma organização criminosa que atuou no esquema de corrupção na Petrobras. No total, 66 pessoas são alvo das quatro investigações, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Ao pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o desmembramento da investigação, Janot disse que políticos do PT, PMDB e PP usaram os partidos para “perpetração de práticas espúrias”. “Alguns integrantes de determinadas agremiações se organizaram internamente, utilizando-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para perpetração de práticas espúrias. Nesse aspecto, há verticalização da organização criminosa. Noutro giro, a horizontalização é aferida pela articulação existente entre alguns integrantes de agremiações diversas, adotando o mesmo modus operandi e dividindo as fontes de desvio e arrecadação ilícita”, escreveu o procurador-geral da República.
Em março de 2015, a PGR entendeu que se deveria investigar de forma conjunta a atuação do núcleo político, e foi aberto no STF um único inquérito para investigar a formação de quadrilha. Segundo Janot, no entanto, agora é necessário dividir a investigação para permitir a “otimização dos trabalhos”. “Embora, até o momento, tenha sido desvelada uma teia criminosa única, mister, para melhor otimização do esforço investigativo, a cisão do presente inquérito tendo como alicerce os agentes ligados aos núcleos políticos que compõem a estrutura do grupo criminoso organizado”, afirmou Janot.
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