Nomes de prováveis substitutos a ocupar a vaga do ministro que morreu já começam a ser ventilados; prerrogativa é do presidente da República, que prefere aguardar definição sobre qual magistrado ficará com a relatoria da Lava-Jato
No dia seguinte à morte do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), uma série de nomes começou a ser aventada para a substituição do magistrado na Suprema Corte, morto em acidente aéreo na última quinta-feira. O presidente Michel Temer, encarregado de indicar o sucessor de Teori, prefere esperar uma definição da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, sobre a relatoria da Lava-Jato. Temer viaja hoje pela manhã a Porto Alegre, para participar do velório. A presidente Dilma Rousseff vai também à vigília.
Ontem, o presidente esteve reunido com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e a advogada-geral da União, Grace Mendonça, ventilados para o cargo. Interlocutores do chefe do Executivo dizem que ele ainda não traçou um perfil específico para o posto, mas acreditam que o peemedebista talvez prefira a escolha de um nome que não seja tão próximo a ele. Temer é professor de direito constitucional e é do meio, por isso, poderá centralizar a decisão.
O presidente encontrará a ministra Cármen Lúcia hoje no velório, mas o tema não deverá ser tratado. A decisão ficará para depois do enterro e o término do luto oficial de três dias. Mesmo assim, partidos políticos começaram indicações para a função. Integrantes do PSDB defendiam, ontem, o nome de Moraes para a vaga do STF de olho na possibilidade de indicações de nomes para a pasta do tucano.
O ministro do STF Marco Aurélio Mello também defendeu o nome de Moraes. Na avaliação de Mello, o perfil ideal para a vaga é de alguém com “bagagem jurídica e experiência”.
Tendência
Na próxima semana, Cármen deverá conversar com os ministros da Corte Suprema para definir como procederá em relação à relatoria da Lava-Jato. O processo poderia cair nas mãos justamente do ministro indicado por Temer. Mas, dentro do próprio Supremo, essa tese é vista como improvável. O ministro Gilmar Mendes se valeu do artigo 68 para fazer a redistribuição do processo em 2009, quando Carlos Alberto Menezes morreu. Neste caso, há um sorteio dentro da própria turma, o que é a principal tendência.
A turma é composta pelos ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Pode ocorrer de algum magistrado da primeira turma pedir para ocupar o lugar de Teori na segunda. Nesse caso, teria a preferência o mais velho, ministro a participar do Supremo. Há também a possibildade de haver um sorteio entre os nove ministros - nesse caso, Cármen não participa, mas, para isso, seria necessário um acordo em plenário. Ontem, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, defendeu que a relatoria fique com o decano da Corte, Ronaldo Caiado.
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