BnR. Julian Assange está pronto para ser extraditado aos EUA, diz advogada


Decisão do fundador do WikiLeaks teria sido motivada após perdão de Obama a Chelsea Manning, militar que expôs a natureza da guerra no Iraque e no Afeganistão, com mais de 700 mil documentos

Ben Stansall/AFP
Uma advogada de Julian Assange, Melinda Taylor, indicou que o fundador do WikiLeaks estaria pronto para encarar uma extradição aos Estados Unidos depois que o presidente Barack Obama anunciou que a pena de Chelsea Manning, a militar transgênero responsável pelo vazamento de dados das atividades militares e diplomáticas americanas em todo o mundo, foi comutada. A analista de Inteligência do Exército foi sentenciada em agosto de 2013 a 35 anos de prisão por divulgar mais de 700 mil documentos ao WikiLeaks, na maior violação de dados sigilosos na história dos EUA. Ela será solta em 17 de maio. As informações são do jornal The Guardian.
 
Assange permanece exilado na Embaixada do Equador em Londres desde 2012. Ele se recusou a prestar depoimento a procuradores na Suécia, onde é investigado por alegação de estupro, crime que ele nega. O líder do WikiLeaks disse repetidamente que temia a extradição aos Estados Unidos por conta das acusações de espionagem, embora até hoje exista apenas uma decisão pública de extradição, que vem da Suécia.

Assange comemorou a decisão de Obama de libertar Manning, que passou documentos, vídeos, cabos diplomáticos e contas de campo de batalha para WikiLeaks. "Sua coragem e determinação tornaram possível o impossível", disse Assange em um comunicado, agradecendo aos ativistas por seus esforços para liberá-la.

Com a comutação chegando poucos dias antes de Obama deixar o cargo, qualquer decisão sobre se a acusação ou tentar extraditar Assange agora cairá para a administração Trump.

Guerra exposta

Chelsea Manning expôs a natureza da guerra no Iraque e no Afeganistão e pagou o preço com uma pena de 35 anos de prisão militar. Na decisão de comutação de Obama, medida vista como corajosa, o presidente em exercício usou seu poder constitucional apenas três dias antes de deixar a Casa Branca para dar a Manning sua liberdade. Ela sairá da prisão militar masculina em Fort Leavenworth, no Kansas, quase sete anos após o dia em que foi presa em uma base de Bagdá.

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