"Completamente abalada", diz mãe de jovem estuprada em SP; PM suspeito se entregou
Dentro do carro, o criminoso manteve uma arma apontada para a vítima e a estuprou por 30 minutos, segundo a Polícia Civil. O caso também é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar e acompanhado pelo ouvidor das duas polícias, Julio Cesar Fernandes. A equipe que ouvia o cabo na tarde desta segunda informou à reportagem que iria "preservar os investigados até a finalização do inquérito".
À polícia, a vítima relatou que não sabe se o criminoso usou preservativo. Enquanto a estuprava, ele impediu que ela olhasse seu rosto.
A mãe da vítima afirmou ao UOL nesta segunda-feira (22) que a filha está "completamente abalada e se recusa a falar ou relembrar o assunto". A jovem foi submetida a exame sexológico e foi atendida pelo serviço Bem Me Quer, do hospital estadual Pérola Byington, em São Paulo.
"Ela foi bem atendida, tanto na delegacia quanto no hospital. Agora, está descansando e sob os cuidados da família. A gente fica revoltada, mas queremos Justiça. O meliante que fez isso tem que pagar de um jeito ou de outro", disse a mãe, uma auxiliar de limpeza de 37 anos que teve o nome omitido para preservar a vítima.
Investigações: buscas e suspeitas
A Corregedoria da PM informou que neste domingo (21) foi feita busca e apreensão na casa do cabo da corporação, mas que ele não estava no local. O departamento que investiga desvios de policiais militares no Estado aponta que existem indícios de que o PM não é o estuprador.
Segundo a investigação, o PM tem um porte físico e cor de pele diferentes do homem que foi flagrado no vídeo. Investigadores da Polícia Civil e peritos que compararam, a pedido do UOL , o vídeo e a foto do PM também dizem não parecer ser a mesma pessoa.
A Ouvidoria da Polícia de São Paulo enviou ofícios ao MP (Ministério Público) e Corregedoria da PM pedindo que a investigação seja rigorosa. "O ideal é que um promotor acompanhe a investigação para que, havendo indícios sérios, que o PM seja denunciado e que venha a responder por esse crime bárbaro", disse o ouvidor Julio Cesar Neves.
No entanto, ele pede que a investigação seja isenta de "corporativismo": "Tem que ter uma investigação. E ele tem que ter o direito de se defender, através de um processo legal. Ficando comprovado que não era ele, ele não deve responder. Do contrário, deve responder administrativamente e criminalmente", afirmou Neves.
A reportagem ligou para os telefones fixo e móvel do policial militar suspeito, mas não obteve retorno.
41 dias antes, PM assediou jovem na mesma região
Na mesma região da zona leste da capital, no bairro de José Bonifácio, o cabo suspeito de ter estuprado a técnica em nutrição teve de assinar um termo circunstanciado de importunação ofensiva ao pudor por ter assediado uma estudante de 19 anos.
O caso ocorreu no dia 4 de dezembro do ano passado, às 9h. O carro que ele dirigia é do mesmo modelo e cor flagrado no estupro da técnica em nutrição: o Siena preto.
De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pela estudante em dezembro, ao qual o UOL teve acesso, ela parou um carro da PM e informou que um homem "tinha passado com um carro Siena preto e tinha mostrado o órgão genital e proferido as seguintes palavras: 'olha que gostosa'".
Os PMs a convidaram para entrar no carro da corporação e andar pelo bairro para tentar localizar o assediador. Próximo a um mercado, ela o reconheceu.
Foi feita abordagem e constatado que o homem é um cabo da Polícia Militar. Questionado sobre o ocorrido, ele negou o ato. Ele e a vítima foram levados ao 103º DP, na Cohab II, em Itaquera. Lá, ele assinou o termo circunstanciado e foi embora.
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